Pitágoras - Rosala Garzuze

26 abril 2014
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PITÁGORAS

 Prof. Dr. Rosala Garzuze
(Introdução ao Estudo do Pitagorismo)

 

 

“Dicen algunos que Pitagoras nada escribió; pêro se engañan, pues Heráclito el Físico (…)dice: ‘Pitagoras, hijo de Mnesarco, se ejercitó en Ia historia de las cosas más que todos los hombres, y escogiendo este gênero de escritos se granjeó su saber, su mucha pericia y aun las artes destruidoras de los hombres’.” (Diógenes Laercio , Vida de los Filósofos más Ilustres, 499, Buenos Aires, 1947).

 

PITÁGORAS (580-490 a.C.)

 

No antigo Oriente era comum, na véspera de grandes acontecimentos, ser anunciada a progenitores previamente escolhidos a encarnação de um Avatar, mensageiro de nova era. São exemplos disto os nascimentos do Buda, na índia; de Pitágoras, na Grécia; de João – o Batista, e de Jesus, na Palestina.
Na Grécia, no alvorescer do século VI a.C., Mnesarco e Partênis, ele cidadão da ilha de Samos onde viviam, ambos de origem fenícia, jovens esposos, visitando o Oráculo de Apoio, em Delfos, a Pitonisa “prometeu-lhes um filho que seria útil a todos os homens e em todos os tempos. Mandou-os o Oráculo, em seguida, que fossem a Sidon, na Fenícia, a fim de que o filho predestinado fosse concebido, gestado e parido longe das influências conturbadoras de sua pátria (…) o menino nasceu e, ao completar um ano, a mãe, seguindo o conselho dos sacerdotes de Delfos, levou-o ao templo de Adonai, num vale do Líbano, onde o grande sacerdote o abençoou, após o que retornou a família a Samos.” (Os Grandes Iniciados, p. 16, v. II, ed. Simões, Rio, 1952).
Em Samos, fruiu Pitagoras a infância e a adolescência, estudando e aprendendo com os mestres mais famosos daquela época: Hermodamas de Samos, Ferécidas de Siros, Tales de Mileto e Anaximandro de Mileto. Mas, insatisfeito com o que já sabia, aconselharam-no a ir ao Egito, a metrópole do conhecimento que o sacerdócio monopolizava. Obtida uma carta de apresentação de Polícrates, tirano de Samos, a seu amigo Amásis, faraó do Egito, dirigiu-se Pitágoras ao país dos Mistérios. Em Naucrates, no delta do Nilo, hospedou-se, durante algum tempo, com os gregos dessa colônia.

Convocado e recebido pelo faraó Amãsis, este encaminhou o jovem aos sacerdotes de Mênfis, que o acolheram para ser submetido às provas regulamentares, de acordo com a tradição iniciática. Tais provas tinham por objetivo avaliar a capacidade física, intelectual e ética do candidato. Esses testes eram reais, não simbólicos. Assim fizeram porque o tinham vigiado secretamente enquanto esperava o convite à iniciação.

Mesmo aprovado, Pitágoras, por ser estrangeiro, e grego, foi mantido sob reserva pelos sacerdotes, que duvidavam de suas intenções e perseverança nos longos e difíceis estudos, baseados que estavam no que sucedera antes com muitos gregos, que não concluíram esses estudos.

Após mais de vinte anos de dedicação aos estudos, teóricos e práticos, nos Pequenos e Grandes Mistérios, Pitágoras, orientado e protegido pelo Grande Hierofante, concluiu com desvelo todos os graus da Iniciação Egípcia. Durante essa longa e difícil caminhada pelos labirintos dos templos de Mênfis, de Tebas e outros, o futuro Filósofo da Unidade inteirou-se do conhecimento da língua egípcia e de outras, dos hieróglifos e do seu tríplice significado, da estrutura socioeconômica e política do país e de seus vizinhos, com os quais mantinha relações, nem sempre amistosas. Informou-se da história da Atlântida – que Platão mais tarde narrou em seus diálogos – das fontes históricas da vida milenar do Egito, das invasões destruidoras de seus vizinhos próximos e distantes, como os hicsos, vindos da Ásia Menor e os Assírios do Oriente Médio, bem como as invasões e conquistas feitas por faraós imperialistas.

Na convivência com os Mistérios, Pitágoras aprofundou-se no estudo da Matemática, da Astronomia e Astrologia, da Cosmografia e Cosmogonia, da Física e da Alquimia, da Engenharia e da Agricultura, da Medicina em seus diversos aspectos – Higiene, Obstetrícia, Cirurgia, Oculística, Terapêutica, bem como no da Magia e Teurgia – vindo a conhecer casas e templos de saúde e a mumificação de cadáveres.

O conteúdo e a metodologia dos cursos eram herméticos. Pouco se sabe a respeito, supondo-se apenas ter sido a Tábua de Esmeralda o seu modelo.

A permanência de Pitágoras entre os sacerdotes egípcios foi bruscamente interrompida, em 528 ou 525 a.C., durante o reinado de Psamético II, pela invasão dos exércitos de Cambises, rei dos Persas, que destruiu o império egípcio.

Parte dos vencidos e dos sacerdotes, inclusive Pitágoras, foram enviados para a Babilônia. Nessa gigantesca cidade reuniam-se representantes de todos os povos subjugados pelos persas, desde as margens do rio Indus às praias do mar Mediterrâneo. Fervilhavam ali as mais diferentes etnias e culturas do Oriente. Acotovelavam-se naquele formigueiro humano caldeus, discípulos do Buda, profetas bíblicos, discípulos e magos mazdeístas, gregos da Ásia Menor, especialistas em vaticínios e outros.

Pitágoras permaneceu nessa cosmópolis do século VI a. C. cerca de doze anos. Durante todo esse tempo de exílio forçado, teve a oportunidade de aprender a leitura dos cuneiformes, a Matemática, a Astronomia e a Astrologia dos caldeus, a arte da Profecia e a Kabala dos judeus, estes cativos como ele, sem poderem sair dali. Com a. intervenção do médico grego, Demócedes de Crótona, junto a Dario I, rei dos persas, obteve – narra Heródoto (484-406 a.C.) – permissão para voltar à Grécia.

Todas essas andanças tinham por objetivo, apôs a permanência no Egito, completar a Síntese do Conhecimento até então adquirido, reunindo a essência do pensamento do Oriente com a do Ocidente.

Essa prodigiosa síntese – como nenhum outro pensador, afirma Rajnesh, nem antes nem depois conseguiu fazê-la – Pitágoras deixou transparecer nos Versos de Ouro, redigidos por Lísis. Encontram-se ali noções de Cosmologia e Mitologia dos gregos, de Metempsicose e Karma dos egípcios e indianos, o caminho da Perfeição e da Unidade do SER.

A Escola que Pitágoras tentou fundar em Samos, para difundir algo dos conhecimentos adquiridos durante seu exílio às margens do Nilo e do Eufrates, não sobreviveu à tirania política e a decadência dos costumes locais. Samos não era mais aquela ilha florescente e aprazível da qual se afastara em sua irradiante juventude. A solução foi tentá-la no Ocidente, em uma das colônias gregas do sul da Itália, na Magna Grécia.

Para agradecer a acolhida que seus pais, Mne-sarco e Partênis, haviam tido por parte dos sacerdotes de Apolo, Pitágoras foi visitá-los. O Santuário, sede das assembléias dos Anfictiões, havia sofrido os efeitos das lutas entre os estados helênicos. Pitágoras resolveu ficar em Delfos. “Demorou-se por ali – escreve Schuré – um ano inteiro. Só depois de haver instruído os sacerdotes em todos os segredos da sua doutrina, e de haver formado Teocléia para o seu ministério, é que partiu para a Grande Grécia”.(Ob. cit. p. 41) .

Em Crótona, colônia grega, fundada pelos aqueus na Magna Grécia, na parte meridional do golfo de Tarento, onde Pitágoras fora bem recebido, fundou a sua Escola, Instituto ou Ordem.

Durante um quarto de século, mais ou menos, o Mestre dirigiu a Escola fisicamente, e continuou fazendo-o espiritualmente após sua morte, através dos séculos e milênios.

Além das atividades na Escola, o Mestre agia também em outros setores. No campo experimental, por exemplo, pesquisou o número de vibrações nos corpos sólidos e estabeleceu a escala dos sete sons fundamentais, a “escala pitagórica”. Identificou a estrela da “manhã” (o planeta Vênus) como sendo a mesma da “tarde”. Demonstrou a influência da música sobre a conduta humana e as doenças, e a das cores sobre a sensibilidade dos seres humanos. Foi precursor da teoria heliocêntrica e da anti-matéria, do movimento da crosta terrestre. Criou os termos “filosofia”, “cosmos”, “tetraktys”; adotou o ipsilon – Y -a “letra pitagórica”, como símbolo do caminho da vida iniciática; os números como representação do conhecimento; a simbólica geométrica; instituiu o regime alimentar, que tem seu nome; fixou os princípios da “ética pitagórica”; divulgou a metempsicose e a reencarnação; foi defensor dos direitos da mulher e da criança, da liberdade e do respeito mútuo entre indivíduos e povos; protetor dos animais e vegetais; em prol da harmonia, da paz e da fraternidade universal.

 

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